Afinal, contar repetições durante o exercício é errado?
Inclusive você já deve ter ouvido que os “músculos não sabem contar”, não é mesmo?
Vamos lá, nosso metabolismo entende o que é intensidade e por quanto tempo ela precisa ser mantida. Dessa forma, podemos definir a intensidade como a sobrecarga que o sistema (neuro-músculo-esquelético) é imposto: levantar uma caneta, agachar com 350kg, correr na máxima velocidade, … Já o tempo que ele precisa ser mantido é definido literalmente pelo tempo: segundos, minutos, horas.
É baseado exatamente nisso que muitos falam sobre não contar repetições, que a ideia é fadigar e pronto! Só que falando em metabolismo, não é bem assim!
Nós temos 3 principais tipos de fibras musculares, cada uma tem uma necessidade energética e um tipo de trabalho específico. Por mais que as 3 trabalhem em conjunto o tempo inteiro, elas variam a predominância de acordo com a intensidade e o tempo da execução.
Tipo 1: Aeróbio: “eterno” com pouca força
Tipo 2a: Glicolítico anaeróbio: Até 1 minuto com “bastante força”
Tipo 2x: ATP-CP: 10-15 segundos com “força pra caramba”!
Só que ninguém treina olhando pro relógio, certo? Dessa forma, se eu quero um tipo de trabalho específico, vou buscar um número “x” de repetições que alcance fadiga dentro desse tempo específico. ⏰
Tipo 2a = Entre 6 e 30 repetições
Tipo 2x = Entre 2 e 8 repetições
Um adendo: o responsável pela fadiga dentro desse tempo é a intensidade, ok? 😉
Traduzindo: de acordo com a velocidade da execução, se eu quero executar de 10 a 15 segundos usando as fibras do tipo 2x em predominância, preciso colocar uma carga que “me pare” de executar repetições antes dos 15 segundos. Que não consiga fazer 1 movimento a mais! 😳
E aí, agora entendeu sobre o motivo de contar? Só não conta quem treina olhando pro relógio ⌚️, o que também não é errado!
Por:
Fisiologista e Treinador
CREF: 064042-G/SP
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